top of page

SAIBA MAIS:

 

- Webrádio Múltipla [rádio]

Web TV Múltipla [vídeo]

Revista Múltipla [impresso] (no prelo)

- Múltipla online 

 

 

 

Professor e historiador Ataídes Braga e as salas de cinema de BH

 

Por Érica Beirão, Matheus Ferraz e Guilherme Pacelli

 

Qual diferença você vê entre assistir um filme na sala de cinema e assisti-lo em casa, no DVD ou no computador?

 

Nem se compara, é outro mundo, outro universo. O cinema tem toda uma sociabilidade, a relação com o espaço, com a sala de cinema. Mesmo agora com a maioria das salas sendo no shopping há essa ideia de um público diferenciado. A ideia de assistir um filme na sala de estar perde muito dessa sociabilidade. O cinema é uma coisa para ser projetada, não para ser individualizada. A televisão pode fazer esse papel com a notícia e até mesmo com o filme em casa, mas não é a mesma relação. Um apaixonado por cinema não consegue assistir a um filme em casa. 

 

As pessoas mais velhas que, como eu, foram criadas nas salas de cinema de rua, não conseguem nem ir ao cinema de shopping. Antigamente, cada sala tinha uma particularidade. Se você fosse assistir a um filme de romance, ia ao Cine Palladium; um filme de ação, no Cine Jacque; uma comédia, no Cine Brasil. Cada sala tinha um gênero específico, e isso para a formação e a recepção de um filme era algo incomparável com qualquer outra modernidade.

 

O que você acha da projeção digital? Ela  facilita o processo ou se perde algo importante com ela?

 

A perda da qualidade é inevitável. A projeção em película possui uma qualidade de densidade da imagem que nenhuma tecnologia até hoje superou. Hoje os formatos de DCP e de HD das salas de cinema adequam a qualidade da imagem com o som. As salas de hoje, principalmente as de shopping, são muito mais modernizadas tecnologicamente. O espaço e a combinação de som e imagem são perfeitos. 

 

As salas de cinema antigas foram criadas entre a década de 1910 e de 1930, quando ainda não havia cinema falado. As salas eram então muito grandes, e o som se perdia. Hoje não, os cinemas têm uma fração da capacidade de público das salas antigas.  A tecnologia é bem vinda, mas tudo depende do filme. Filmes de aventura e explosões se beneficiam de técnicas como o 3D, mas filmes mais tradicionais não pedem isso. Tudo depende da relação que se estabelece com ela.

 

O que você acha da quantidade de salas de cinema hoje em dia e comparação com antigamente?

 

Isso nem se compara. Belo Horizonte já chegou a ter até 110 salas de cinema até os anos 1970. Depois começa a decadência e eles começam a ser fechados. Hoje nós temos trinta e poucas salas de cinema e a maioria dentro de shoppings. Nós temos três espaços de cinema de rua, que são o que eu chamo de “cinemas de resistência”: o Humberto Mauro, o Centoeoquatro e o Belas Artes. São espaços alternativos ao espaço e à programação dos cinemas de shopping. Cinemas de shopping são latas de sardinha onde o público é o peixe. São cinemas que só exibem um tipo de produção norte-americana. É pouco diversificado e pouco interessante, mas fisicamente são bons espaços. Não concordo com salas como o Espaço Vip do Ponteio, que elitizam muito o cinema – que já é algo elitizado, considerando o alto preço dos ingressos. Prefiro ver um filme numa sala tradicional e popular. Um dos grandes problemas do cinema é que as classes C, D e E quase nunca vão assistir a um filme na sala.

 

  • Acesse o infográfico com a evolução das salas de cinema no Brasil

Centro Universitário de Belo Horizonte

multiplaunibh@gmail.com

© 2023 por YOLO.

Orgulhosamente criado com Wix.com

Seus detalhes foram enviados com sucesso!

  • Twitter Clean
  • facebook
bottom of page