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Além das barreiras sociais e biológicas

 

Mãe adotiva fala sobre o amor que supera as diferenças, bem como os desafios de acolher crianças com deficiência.

 

Por Guilherme Scarpellini, Junia Ramos e Gleison Flávio

 

“Amor de mãe não nasce na barriga, nasce no coração”. Foram essas as palavras da funcionária pública Ana Maria Silveira ao definir o ato de adotar crianças abandonadas sem vínculo biológico.

 

Em 2001, a oficial judiciaria se tornou mãe adotiva de uma criança especial de três anos, quando ainda era solteira, e venceu não só os desafios familiares de cuidar de um filho, mas também os obstáculos impostos pela sociedade desfavorável às pessoas com deficiência física ou intelectual.

 

O adolescente Frederico Silveira, hoje com 16 anos, sofre de autismo e microcefalia – anomalia que compromete o desenvolvimento cerebral da criança e causa paralisia cerebral. Abandonado pela sua mãe biológica logo após o parto, Frederico foi levado para um orfanato de Belo Horizonte, onde esperou por três anos o acolhimento por uma família.

 

“Inicialmente, comecei a pegá-lo somente nos finais de semana, como madrinha afetiva”, conta Ana Maria. “Passado três meses que o conheci, eu já havia conseguido a guarda definitiva e legalizado o processo de tornar mãe adotiva de Frederico”, conclui.

 

A realidade na maioria das instituições que promovem a adoção, no entanto, é bem diferente. O exemplo de Ana Maria e Frederico é um caso atípico em meio à procura sistemática por determinados biótipos pré-estabelecidos.

 

De acordo com a psicóloga Carina Pessoa, as adoções de crianças especiais são casos raros nos orfanatos, devido às dificuldades que as famílias têm para lidar com o preconceito da sociedade e a falta de estrutura para atender as necessidades especiais.

 

“A maioria das famílias já chegam aos orfanatos procurando por crianças loiras, recém-nascidas e saudáveis”, explica. “Nesse sentido, crianças que não atendem a esses requisitos vão ficando mais velhas nos orfanatos, dificultando ainda mais a adoção”, disse.

 

Desafios – Os receios da família quanto ao preconceito da sociedade e as dificuldades encontradas no desenvolvimento da criança especial foi o primeiro desafio encontrado por Ana Maria ao decidir adotar a criança.

 

“Minha mãe, inicialmente, temia que a opção por adotar fosse uma empolgação fugaz”, lembra. “Mas rapidamente ela também se apegou ao Frederico e percebeu que não podia dava para ser diferente”, conta.

 

Ana destaca que além do preconceito da sociedade, ela se deparou com a discriminação de algumas pessoas de sua própria família. “Hoje, todos somos apaixonados pelo Frederico. Ele mudou as nossas vidas”.

 

 

Centro Universitário de Belo Horizonte

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